Ter fé quando tudo vai bem é fácil e ótimo, não? Mas quando a adversidade chega à porta e teima em permanecer? Quando ansiamos muito por algo que não acontece? Quando lutamos muito e a vitória não chega no tempo que queremos? Nossa esperança cai no mar do desespero! É comum os questionamento e murmurações aparecerem...
Ter certeza daquilo que esperamos? Daquilo que não vemos? Esperar não é fácil para uma geração que quer tudo para ontem! Até Deus tem que se adequar ao nosso imediatismo. Por isso, ter essa certeza quando a realidade mostra-se totalmente contra a concretização daquilo que queremos, é difícil. Nossa tendência é olhar pra tudo dentro da nossa perspectiva de realização. A atitude correta é olhar segundo a perspectiva de Deus, que é ilimitado. Ou seja, ter fé!
O que é fé? “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11:1). Assim, nos momentos de turbulências quando tudo parece perdido, devemos nos lembrar dos grandes homens da Bíblia que, assim como nós, pecaram, mas dão exemplos de uma fé inabalável! Vejamos alguns:
ABRAÃO: Aos 75 anos de idade fora convidado por Deus a deixar sua terra e parentela e ir para um lugar desconhecido. Ele não pestanejou, nem parou para ponderar os pós e os contras. Ele simplesmente foi. Teve olhos de fé. Sabia que com Deus o melhor é obedecer. E mais, Deus lhe prometera uma grande descendência, mesmo ele tendo 75 anos de idade e sua mulher sendo idosa e estéril também. Passaram-se 5, 9, 11 anos e nada! Sua esposa Sara inquietou-se, após tão longa espera, quis dar uma ajudinha a Deus. Ela ofereceu sua escrava a Abraão e dessa união nasceu Ismael (que deu origem a nação árabe). Mas Deus é fiel, Ele sempre cumpre o que promete, isso independe de circunstâncias. Após 25 anos, quando Abraão tinha 100 anos, é que Sara, idosa e estéril, ficou grávida! Nasceu Isaque, o filho da promessa. Incrível, não?
Portanto, não se desespere. Entregue a “mochila” (problemas) a Deus e descanse de suas preocupações! Lembre-se: nada limita o poder de Deus.
Abraão nunca duvidou! Mas ainda não terminou. Quando Isaque tinha aproximadamente 14 anos de idade, Deus o pediu a Abraão. Este devia sacrificar seu tão esperado filho. Mas Abraão não vacilou, levou seu filho para ser sacrificado no monte Moriá porque ele acreditava no Deus que vivifica os mortos. Ele tinha fé no Deus do impossível. Contra toda a Esperança, ele creu. Assim, se tiver no centro da vontade de Deus: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha... (Mt 7,7s).
Então, não importa quanto tempo passe, continue acreditando. Não é fácil! Eu sei. Principalmente quando somos tão impacientes. Nossa tendência é dar uma ajudinha a Deus e piorar a situação. Lembre-se, Deus é soberano, não precisa de nossas interferências.
JOSÉ: O filho caçula e predileto de Jacó fora vendido como escravo pelos próprios irmãos que lhe tinham inveja ( claro que sem o conhecimento do pai, a quem eles disseram que José havia morrido). José sofreu rejeição, abandono, tentações, fora preso, mas se manteve fiel ao Senhor, descansou na providência divina. Ele soube esperar. Não se frustrou nem murmurou. No tempo de Deus, ele foi exaltado.
DAVI (o homem segundo o coração de Deus): Deus mandou Samuel ungir Davi como o novo rei de Israel, mas Saul ainda era o rei. Este fora rejeitado por Deus devido suas transgressões e infidelidade ao Senhor. Apesar da promessa de Deus, Davi não se tornou rei instantaneamente. Ele teve que matar um gigante chamado Golias para se tornar conhecido, lutou muito, sofreu perseguições, privações, teve que fugir, viver em cavernas, passou fome, chegou até a comer os pães da proposição, que segundo a lei mosaica, só poderiam ser comidos pelos sacerdotes. Aproximadamente 15 anos depois é que Saul morreu e Davi assumiu o trono como Deus prometera. Mesmo com tantas provações e adversidades, ele confiou apenas.
Assim, todas as intempéries que Abraão, José e Davi passaram, não abalaram a fé deles. Eles não duvidaram do cumprimento da promessa. As provações vivenciadas serviram como um treinamento. Deus os estava preparando para o propósito que tinha para a vida deles.
No caso de Abraão, era torná-lo o pai de uma grande nação da qual nasceria o Messias; Já José, era torná-lo governador do Egito para que nos longos anos de seca muitas vidas fossem preservadas, inclusive toda a família dele. O propósito para Davi era torná-lo um rei. Tudo que Davi passou fora necessário para que ele pudesse governar com sabedoria e justiça.
Então, no dia da adversidade, persevere! Quando o desespero quiser vir à tona, “ traga à memória o que lhe dá esperança” (Lm 3.11). Lembre-se, ”O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5).
Deus te abençoe.
Deusiana Sales
