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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

TENTAÇÕES



“A raiz de quase todo fracasso espiritual é a desobediência nas pequenas coisas”.


    Concordo com a frase:  “A única tentação que realmente existe é a tentação de escolher a vontade própria em lugar da vontade de Deus.” Essa tentação adquire várias  nuances, roupagens e facetas. Comumente ela se nos apresenta tal como Satanás a apresentou a Jesus Cristo, disfarçada  em três vertentes:


    1° Necessidade de comprovar nossa identidade e nosso valor.


       “Disse-se o diabo: Se Tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão” (Lc 4.3).

    Após 40 dias no deserto sem se alimentar, Jesus estava fisicamente debilitado, fraco e faminto. Ele fora desafiado pelo inimigo de nossas almas a comprovar sua identidade. Tudo que Jesus cria acerca de si mesmo fora colocado em dúvida. Transformar pedra em pão resolveria o problema da fome, além de comprovar quem Ele era de fato. Entretanto, embora física e emocionalmente debilitado, Cristo não permitiu que Satanás lograsse êxito no seu insidioso intento. Ele resistiu e venceu a tentação usando a espada do espírito que é a Palavra de Deus: “Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra de Deus” (Lc4.4).   
    Ele recusou ser tentado a provar quem Ele era de fato, pois apenas em Deus  podemos encontrar nossa verdadeira identidade e valor como pessoas. Podemos confiar em Deus de forma inconteste. Os israelitas atravessaram o deserto por 40 anos e Deus nunca os desamparou. Ele saciou a fome  e sede deles  fazendo cair maná do céu e jorar água de pedra.
    Assim, temos que tomar muito cuidado ao querer provar nossa identidade e o  nosso valor ao mundo, à sociedade, às pessoas e até a nós mesmos. Nosso coração é enganoso e a nossa consciência manipulável. Podemos incorrer no erro de criar “razões” aparentemente plausíveis para transformar o errado  em  certo. Se a Bíblia proibiu, se a palavra de Deus diz que é errado, não devemos nos enganar tentando legitimar o pecado, o  que precisamos é de obediência. Só em Deus encontramos satisfação à nossa fome de significado.


    2° Materialismo - desejo de riqueza e de poder.

        “Disse-lhe o diabo: dar-te-ei toda essa autoridade e a glória destes reinos, pois a mim me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto se me adorares, tudo será teu” (Lc 4.6,70).

    Satanás não desiste, se não consegue de um lado, tenta do outro. Então, seguindo seu plano insidioso, ele oferece um atalho a Jesus, ou seja, todos os reinos do mundo, mas sem a cruz,  sem sacrifício e sem sofrimento. Jesus sabia que estava destinado ao trono de Davi, que um dia todos os reinos do mundo seriam seus, mas agora o diabo lhe sugere que não precisaria morrer como o plano de Deus exigia, que poderia obter tudo isso sem sofrer. Certamente o diabo deve ter bombardeado a mente do Senhor Jesus Cristo com as facilidades de sua sugestão, do seu  plano facilitador. Como Jesus viera de um contexto de pobreza, fora-lhe  mostrando do alto toda a opulência dos reinos, toda a riqueza e poder que lhe são inerentes. Se Satanás tivesse exigido sem rodeio e preâmbulos que Jesus o adorasse, não ocorreria nenhuma tentação porque ele teria mostrado sua própria face, teria evidenciado a que veio. Entretanto, ele é um enganador, cheio de disfarces sagazes e nos ataca, principalmente, onde estamos mais suscetíveis a cair, onde estamos mais vulneráveis.
    Quantos ministros da Palavra de Deus já não foram e estão sendo assediados com propostas tentadoras de fama e sucesso de forma rápida e fácil? Quantos não aceitaram esse engodo satânico com a justificativa de que é algo espiritual, que é para beneficio do reino? Quantos Satanás já não levou para o alto, mostrando-lhes os aplausos, sucesso, dinheiro e adulações? E quantos não acabaram por cair nessas ciladas do inimigo, achando que estavam trabalhando para Deus quando Deus já havia se retirado da obra?   
    Muitos se tornam cegos, orgulhosos, caindo vertiginosamente simplesmente por achar que têm uma ligação  direta com Deus  e que por isso estão acima do bem e do mal, impassíveis a erros e defeitos. Assim, não pedem conselhos e nem aceitam criticas. Quando acordam da letargia espiritual descobrem que estão no fundo do poço ou numa prisão porque o orgulho os fez ouvir e seguir o próprio EU.
    Lembrem-se: quanto mais amadurecido espiritualmente fores, mais sutis serão os disfarces da tentação.
    Glória a Deus pela multidão de  misericórdias!

     “Cairá o justo sete vezes  e se levantará mas os perversos são derribados pela calamidade” (Pv 24.16).   

   “Se o nosso coração nos condena, maior é o nosso Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas" (1 João 3.20).

    Cristo, não porque é Deus, mas porque foi um homem preparado com muita oração, jejum, leitura das Escrituras Sagradas e obediência a Deus, se negou a aceitar um reino político em detrimento do reino espiritual. Agradar e obedecer a Deus eram ações inegociáveis! Por isso rebateu: “Está escrito: adorarás ao Senhor teu Deus, e só a Ele servirás” (Lc 4.8).



  3° Usar Deus em vez de servi-lo.


       “Se Tu és o  Filho de Deus, lança-te daqui abaixo. Pois está escrito: Mandarás aos seus anjos, acerca de Ti, que Te guardem, e que Te sustenham nas mãos, para que nunca  tropeces com o teu pé em alguma pedra” Lc 4.9-11).

    O diabo queria que Jesus usasse Deus  em vez de ser usado por Ele. Queria que Cristo firmasse seu Ministério através de uma exibição pública de seu poder sobrenatural e filiação divina. Se Cristo tivesse se lançado,  a legião de anjos que viria para ampará-lo convenceria a todos que Ele realmente era o Messias! Entretanto, essa não era a vontade de Deus. Então, Ele a rebateu: “Respondeu-lhe Jesus: Dito estás: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Lc 4.12).
    A vontade de Cristo não era outra senão fazer sempre a vontade de Deus! Sendo todo preenchido por essa vontade imperiosa, Ele venceu sempre. As tentações pelas quais passou não foram mais fáceis para Ele porque era Deus. O fato se ser Deus não lhe conferiu privilégios, pois Ele esvaziou-se de si mesmo. Quando passamos por tentações, não é nada fácil vencê-las. Entretanto, nenhuma vai além de nossas forças.
    Cristo foi um homem preparado, pois se alimentava da Palavra de Deus, jejuava e orava. Ele tinha um relacionamento íntimo com  Deus. Venceu como homem, utilizando tais estratégias. Esses recursos estão à nossa disposição. Se Jesus Cristo os utilizou, então porque nós não os utilizamos também?
    Assim, toda tentação nos oferece de forma rápida e fácil algo de que precisamos e/ou queremos, mas que não é da vontade de Deus ou da maneira que Ele quer que obtenhamos. Para vencermos, temos que dominar nosso Eu, desenvolver um relacionamento com Deus e ser consumidos pelo desejo imperioso de obedecê-lo.  
       Que Deus nos abençoe.


                                                             Deusiana  Sales.










BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EXLEY,Richard. Os 7 estágios da tentação. São Paulo:Editora Vida,2000.


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